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sobre o livro

Neste romance de formação, definido por Alan Pauls como “a meio caminho entre a autobiografia delirante e a etnografia íntima”, Aurora Venturini recria o território de sua infância na La Plata dos anos 1940 e, numa mescla desconcertante entre o trágico e o cômico, constrói o retrato de mulheres abandonadas que, para além da pobreza, são obrigadas a lidar com deficiências físicas, mentais e imaginárias.

Enquanto frequenta “institutos para limitados”, em casa, a jovem Yuna cresce mergulhada no cotidiano precário de sua mãe “professorinha mixuruca e olhe lá”, no de suas primas Petra e Carina, também portadoras de deficiências, e de seus tios e tias, todos às voltas com os cuidados da irmã Betina, infantilizada para sempre em uma cadeira de rodas. Quando conhece o professor José Camaleón, entusiasta do seu talento para a pintura, Yuna vislumbra a possibilidade de escapar do que o destino parece ter lhe reservado. A cada palavra descoberta no dicionário e a cada nova tela pintada, ela acredita superar seu mundo de imperfeições, bem como o lar da “família estranha” onde cresceu.

Esse viver áspero, repleto de histórias de estupro, aborto, prostituição e assassinatos, assombra as figuras observadas por Yuna e torna-se tema de sua arte, que garante melhorias materiais para a família e a esperança de se redimir da estranheza que as singulariza. Mas, se Yuna responde à opressão do mundo com a pintura, Petra se vale de toda sorte de ardil para sobreviver e vingar os seus.

Com uma escrita definida por Mariana Enriquez em prefácio ao romance como radical, excêntrica, deformada e lúdica, Aurora Venturini estreou oficialmente na literatura latino-americana com As primas aos 85 anos, após uma vida repleta de momentos tão insólitos quanto curiosos — adjetivos que, aliás, também se aplicam à sua escrita. Com a voz inconfundível de Yuna, bem como sua mirada a um tempo cândida e brutal, perspicaz e ensimesmada, Venturini arrebatou os leitores argentinos para em seguida conquistar o mundo, lembrando-nos de que não há convenção literária que não mereça ser posta em xeque.

Título
As Primas
Capa
MARÍA LUQUE
Tradução de
MARIANA SANCHEZ
páginas
160
Formato
13,5 x 20 cm
ISBN
9786589733645
ISBN Digital
9786589733904
Data da publicação
27/09/2022

Destaque

“Eu estava lendo na cama, uma xícara de café na mesa de cabeceira e, por todo o chão do apartamento, originais encadernados do prêmio Nueva Novela do jornal Página/12, para o qual trabalhei como pré-jurada em 2007. O original de As primas era muito diferente dos outros. […] O romance era genial? Seria talvez o risco do texto, a excentricidade, a sensação de que nada semelhante estava sendo publicado, seria a voz vinda de um lugar desconhecido? Quem poderia ser o autor ou a autora? Liliana [Viola] também tinha lido As primas e estava na mesma, entre o fascínio e o desconcerto. Acho que ambas soubemos que, se o júri entendesse a radicalidade daquela história e daquele texto, ele poderia ganhar. E ganhou.”
Mariana Enriquez, em prefácio de As primas

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