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sobre o livro

Abrindo a nova temporada das plaquetes do Círculo de Poemas — que agora passam a acolher, além de poemas, ensaios e entrevistas sobre poesia —, Mistura adúltera de tudo apresenta as reflexões de um dos mais talentosos poetas e críticos da nova geração, o paulista Renan Nuernberger, sobre os sentidos da poesia escrita no Brasil a partir da década de 1970, sua relação com a realidade brasileira de então e possíveis chaves de interpretação para os rumos da poesia dali em diante.

Estudioso da forma como a geração de poetas surgida nos anos da ditadura militar encarou os desafios de escrever poesia (sua dissertação de mestrado, Inquietudo: uma poética possível no Brasil dos anos 1970, foi dedicada a essa questão), Nuernberger se debruça sobre a multiplicidade característica da produção poética daquele momento e investiga suas causas, comentando a forma como essas vozes se distinguem e completam.

A um só tempo, o ensaio permite ver como a crítica atual tem ampliado seu leque para lidar com a riqueza e a complexidade da poesia brasileira, mas também registra como o olhar agudo de um poeta contemporâneo se volta para seus pares de uma geração que ainda tem muito para dizer — e segue dizendo.

Título
Mistura adúltera de tudo: a poesia brasileira dos anos 1970 até aqui
Páginas
32
Formato
13,5 x 20 cm
ISBN
9786584574601
Data da publicação
10/02/2023

Trecho

“Extrapolando um pouco, não seria exagero dizer que a poesia brasileira da segunda metade do século 20 é profundamente marcada pelo descompasso entre o luto (não realizado) da experiência moderna, cuja força expressiva assombrou e iluminou as gerações seguintes, e o empenho genuíno em manter-se profundamente aberta ao momento presente, buscando dar conta (em termos artísticos) das demandas trazidas pelas novas configurações do país. Talvez esse descompasso ainda não tenha se desfeito de todo, ainda que as bases que o sustentavam — grosso modo, o projeto de formação nacional, que repararia os problemas históricos da ex-colônia — sejam vistas, por entusiastas e detratores, cada vez mais como uma distante miragem.”