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Antes das Diretas Já

A minha geração, de meados dos anos 1950, teve uma adolescência e primeira juventude à sombra da anterior, marcada por todos os excessos, do heroísmo inglório da luta armada ao anticonsumismo hippie do desbunde comportamental. Tudo parecia remeter a um romantismo gauche que recobria de certo glamour os nascidos nos anos 1940. No Golpe de …

A voz da tia Nazira

Outro dia, viajando pelo interior de São Paulo para entrevistar descendentes de árabes, me deparei com uma história bonita. Marcia e Elias Gibran, que me receberam em Araraquara, contaram sobre as fitas cassete que sua tia Nazira enviava da Síria aos familiares no Brasil para que eles pudessem ouvir sua voz. É uma narrativa delicada, …

Três perguntas para Dennis Duncan

1. Seu livro é brilhante em desautomatizar a visão que temos de coisas cotidianas para pôr foco no índice, por exemplo a ordem alfabética, a relação entre índice e a organização de uma cozinha, a onipresente busca no Google e por aí vai. Houve exemplos que ficaram de fora, mas que você gosta de utilizar …

A escritora-vedete

O Carnaval é a fantasia que nos aproxima do real Helena Theodoro Delicadamente, suas mãos rosqueavam as lampadinhas em bocais costurados no bonito tecido. A peculiaridade e a beleza do gesto, no entanto, não escondiam que aquelas mesmas mãos carregavam muitas marcas de trabalhos malquistos e perversos. As palmas que haviam ganhado linhas a mais …

Vou-me embora pra Transilvânia

Eu vinha sonhando com esta viagem desde meus treze, catorze anos. Por causa de filmes e livros vampíricos, a Transilvânia virou uma espécie de refúgio pros meus devaneios de menino. No final da infância e no começo da adolescência, minha imaginação transbordava de mistérios, monstros, aventuras medievais, castelos assombrados, florestas etc. E à medida que …

Walter Salles escreve sobre “Judoca”

O judô e o cinema surgiram quase simultaneamente, no fim do século 19 […], alastraram-se como um rastro de pólvora e […] ambos nos dizem quem somos e quem são os outros”, escreve Thierry Frémaux. Neste relato de formação, o diretor do Instituto Lumière e do Festival de Cannes entremeia suas memórias de judoca faixa …

Texto de KL Jay sobre o livro “Balanço afiado”

“Pra começar o cara tá vivo, e não é à toa — pra estar vivo nos dias atuais, com oitenta e poucos, sendo artista, é preciso uma habilidade (Tony Tornado que nos diga) ancestral e espiritual.  Carioca que nasceu quase na divisa com São Paulo, Ben teve uma vida simples, tornou-se estudioso de religiões e …

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