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sobre o livro
Nesta parábola religiosa ironicamente desprovida de moral, um sacerdote designado para uma região muito pobre percebe que seu primeiro dever é fornecer ajuda material aos moradores mergulhados na miséria, destinando todo o dinheiro que administra para tais socorros.
Mas, como a caridade é pão para hoje e fome para amanhã, é preciso renová-la todos os dias. E a melhor forma de fazer isso, pensa o sacerdote, é preparando o terreno para aquele que vier depois dele. Para assegurar o futuro de uma longa linhagem de párocos caridosos, ele se lança na construção de uma suntuosa mansão que consome todo o seu tempo e seus recursos. Mas engana-se quem vê nisso qualquer contradição. Privar-se da santidade própria em nome daquela de seu sucessor: eis o verdadeiro ato de caridade da endiabrada teologia airiana.
A edição conta ainda com um posfácio inédito do escritor argentino e especialista em Aira, Ricardo Strafacce.
DESTAQUES
“Uma vez que você começa a ler Aira, você não quer mais parar.”
— Roberto Bolaño
“Aira rompe os limites do realismo ao forçar o mundo a viver de acordo com as regras de sua imaginação.”
— New York Sun
“O que podemos esperar de uma obra de César Aira? Praticamente tudo: um artefato engenhoso e imprevisível, uma miniatura literária que renova, uma e outra vez, a literatura.”
— Juan Pablo Villalobos
“É preciso viajar para o sul da Argentina para encontrar o autor de língua espanhola mais original, mais chocante, mais emocionante e subversivo de nosso tempo: César Aira.”
— El País
“Proust acreditava que a descoberta dos mistérios da infância e da memória poderia explicar o inexplicável. Aira vai na direção oposta. Ao recriar a experiência inexplicável, ele parece querer mostrar que a literatura não se tornou apenas um mundo estéril e fantasmagórico, como afirmam alguns críticos, mas ainda está cheia de possibilidades. Somente o gênio pode criar o óbvio, e Aira — esse escritor idiossincrático sem precedentes — criou uma verdadeira obra-prima de nosso tempo.”
— Boston Review
“César Aira é uma das vozes mais inclassificáveis que escrevem em espanhol hoje. Inclassificável por sua originalidade, seu brilhantismo, sua sabedoria e dom narrativo infusionados com uma mistura incomum de humor, imagens marcantes e reflexões afiadas.”
— Ignacio Echevarría