Saiba mais sobre a capa de ‘A mais recôndita memória dos homens’
Zansky fala sobre o processo de criação da ilustração para a capa do romance Mohamed Mbougar Sarr
“O desafio de ilustrar uma capa é sempre o de desenhar um ou mais elementos sem que se revele a história do livro. Após a leitura de A mais recôndita memória dos homens, entendi que o pedido da editora e da designer da capa, Flávia Castanheira, fosse uma arte ao estilo de Onde está Wally. Uma investigação visual para o leitor, tal qual Diégane Latir Faye, o personagem principal, faz em toda sua jornada no livro.
O ponto de partida para a arte, então, foi uma canção que aparece em alguns momentos do livro, a qual conta sobre um pescador que vai atrás do horizonte para encontrar a Deusa-peixe. A canção se transformou justamente no grande sol onde se encaixa o título e o nome do autor, com um homem numa embarcação à frente e o rio cortando horizontalmente a capa, dividindo ‘os mundos’, sejam os das aldeias e as cidades ou da realidade e dos sonhos.
Outro divisor importante são os irmãos gêmeos Ousseynou e Assane Koumakh que aparecem cada um de um lado (um na capa e outro na quarta capa) separados pela lombada. Os traços numa cor não tão usual (os traços escuros/pretos são os mais comuns) complementam ainda mais essa jornada investigativa gráfica da capa. Assim, ao longo da leitura, é possível tentar identificar os elementos / fatos que ocorrem na(s) história(s) contidas em A mais recôndita memória dos homens.
Além disso, a parte mais interessante neste projeto foram as pesquisas de referência de Senegal, como é hoje e no passado, quais são suas cores e texturas. A maior dificuldade foi encontrar uma cor de traço que desse contraste suficiente para identificar os elementos, mas que não fizesse parecer uma arte de história em quadrinhos.
A voz da tia Nazira
Outro dia, viajando pelo interior de São Paulo para entrevistar descendentes de árabes, me deparei com uma história bonita. Marcia e Elias Gibran, que me receberam em Araraquara, contaram sobre as fitas cassete que sua tia Nazira enviava da Síria aos familiares no Brasil para que eles pudessem ouvir sua voz. É uma narrativa delicada, …
[saiba mais]Três perguntas para Dennis Duncan
1. Seu livro é brilhante em desautomatizar a visão que temos de coisas cotidianas para pôr foco no índice, por exemplo a ordem alfabética, a relação entre índice e a organização de uma cozinha, a onipresente busca no Google e por aí vai. Houve exemplos que ficaram de fora, mas que você gosta de utilizar …
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